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Home Baú da Fotografe

As casas voadoras de Laurent Chéhère

Moradias da periferia de Paris são retratadas de uma forma criativa pelo fotógrafo francês, que se divide entre a fine art e a publicidade

Juan Esteves por Juan Esteves
24 de junho de 2022
em Baú da Fotografe
As casas voadoras de Laurent Chéhère

Foto: Laurent Chéhère

Durante mais de 20 anos, o parisiense Laurent Chéhère foi um publicitário de sucesso, fruto de sua dedicação ao meio com trabalhos para clientes como Audi e Nike, entre outras grandes marcas internacionais. Até que um dia pensou melhor e decidiu ser fotógrafo. Saiu pelo mundo afora. A publicidade perdeu um diretor de arte, mas a fotografia ganhou um grande profissional.

Chéhère viajou para China, Argentina, Bolívia, Colômbia e Índia, entre tantos outros países, mas fincou seu trabalho mais importante nos subúrbios de Paris, ao produzir a série Flying Houses, que ganhou uma mostra especial na Biennale de Créateurs d’Image, na capital francesa; no Festival International de Pingyao, na China; e na Lume Galeria, em São Paulo (de maio a junho de 2013), sua representante no Brasil e que dispõe de imagens de Chéhère em seu acervo permanente para venda ao público.

“Sempre fui interessado por imagens, desde pequeno, quando via meu pai mexer em Super 8”, conta Chéhère, em entrevista exclusiva à Fotografe. O pai do fotógrafo era militar, mas adorava cinema, e o convívio com câmeras e moviolas era frequente em sua casa. Também ressalta os ambientes das galerias de arte parisienses como muito estimulantes e influentes na profissão.

Foto: Laurent Chéhère
Foto: Laurent Chéhère

Na publicidade

Chéhère, 40 anos de idade, cursou a escola elementar em Paris e foi direto para a publicidade. Mas diz que o que o influenciou mesmo a se tornar fotógrafo foi a imagem de reportagem. Curiosamente, o trabalho dele se enquadra no formato fine art, com criações voltadas para a manipulação, como Flying Houses. “O que me atrai é olhar essas casas da periferia, mais pobres, mostrar a vida das pessoas e imaginar reportagens, histórias e depois criar meu trabalho”, diz.

O trabalho faz referência ao filme Le Ballon Rouge (1956), de Albert Lamorisse, fonte de inspiração para o fotógrafo. As casas fotografadas são de regiões no subúrbio da capital francesa, justamente onde foi rodado o longa de Lamorisse.

A paisagem urbana parisiense, de forma geral, o influencia. Ele assume definitivamente a questão e diz: “Se você gosta de fotografar, vê onde Doisneau (Robert, 1912- 1994) fotografou e se dá conta de que a mesma atmosfera existe até hoje”. E vai mais longe, citando as vielas parisienses de bairros como Montmartre, que abrigaram e inspiraram pintores famosos, como Paul Cézanne (1839-1906) ou August Renoir (1841-1919).

A Escola de Arte foi sua primeira etapa na aproximação com a publicidade. Foi lá que Chéhère iniciou sua cultura fotográfica para atender seus clientes e criar propagandas. “Acabava escolhendo os fotógrafos para executar minhas criações, até que um dia descobri que eu mesmo poderia executá-las”. Daí surgiu o seu trabalho publicitário para grandes marcas.

Foto: Laurent Chéhère
O fotógrafo francês,
retratado por Juan Esteves

A arte do fotógrafo não é completamente manipulada no computador, e até mesmo Flying Houses não demandou uma grande expertise em softwares de imagens. Ele conta que tudo é muito básico. A grande questão, diz, era achar o cenário apropriado. “Saio muito para caminhar, procuro esse tipo de arquitetura, onde o pessoal de baixa renda mora. Na maioria são estrangeiros, imigrantes, que têm uma vida muito fechada em casa”. Para ele, essa é a parte mais importante, mais do que a manipulação final.

“Trabalho essencialmente com um tipo de céu, pois quero uma unidade nas imagens. Depois coloco elementos que possam contar uma história”, explica. Muitas vezes ele insere detalhes que vêm até de outros países. Como exemplo, cita a imagem de uma casa pegando fogo. “O incêndio eu fotografei na África… mas usei em uma das fotos por conta de sua realidade”, diz tranquilamente, sem a pretensão de criar um mistério maior para suas criações.

Não somente o céu é específico na sua paleta. A própria falta de luz, calcada em dias mais nublados, corrobora a sua ideia de melancolia, propositalmente inserida em seus conceitos. Os bairros de Belleville e Ménilmontant, região nordeste parisiense, ressaltam igualmente tonalidades mais frias, acinzentadas, com uma profunda ausência de amarelo. Não se vê nas imagens de Chéhère um pôr de sol a iluminar as casas no céu. A constância do nublado de fato realça o onírico, tornando as casas improváveis e reais simultaneamente, o que captura a atenção do espectador.

“Uso uma técnica bem básica e trabalho com formatos de câmeras considerados pequenos”, diz. Uma olhada nas cópias, que não excedem 1 metro, comprova a técnica, apesar do realce essencial dado pelo banho de metacrilato. “Escolho a casa e vou trabalhar. Quando sinto que não vai dar certo, escolho outra”, informa ele – que de fato procura sempre imagens que possam ser combinadas com sua ideia prévia de iluminação.

Foto: Laurent Chéhère

Bairro boêmio

As primeiras imagens das “casas voadoras” foram feitas em Pigale, um bairro ao norte de Paris. Na Praça Pigale, encontram- se os famosos Cabaré Moulin Rouge e o Hotel Amour. O local concentra ainda um grande número de cinemas dedicados à pornografia, além de prostitutas na rua. Uma região boêmia muito procurada por turistas, e até mesmo franceses. Dá até para imaginar o pintor pós-impressionista Toulouse-Lautrec (1864- 1901) desenhando suas mulheres por lá. Ou, como diz Chéhère, “é pura atmosfera, onde o tempo parece ter parado”.

Chéhère se diz atraído por coisas não brilhantes. Também gosta de “coisas que a gente pode ver diretamente. Andar, sentir o cheiro da comida saindo dos restaurantes, ouvir as pessoas conversando, falando”. Coisas que, segundo ele, podem ser isoladas em uma única casa de rua que possa contar todas essas histórias.

As primeiras imagens acabaram surgindo quase como uma coincidência, conta Chéhère. “Achei um prédio expressivo e comecei a colocar elementos, como antenas, coisas que contavam uma história da família que morava e de sua arquitetura”, explica. Ele assume uma influência direta do cinema, bem como da arquitetura parisiense, narradas como se fosse reportagem. Talvez um antagonismo proposital ao seu trabalho como publicitário.

Sem maniqueísmos, vale lembrar que tanto Doisneau como Henri Cartier- Bresson (1908-2004) e Sebastião Salgado já trabalharam para publicidade. Portanto, a obra de Chéhère deve ser analisada sobre seu prisma mais conceitual e não atrelada a uma imagem de consumo. A simplicidade de suas fusões imagéticas também não colaboram para que isso seja um impasse em sua arte. Ao contrário: só as habilitam ao mainstream do fine art.

Mas mesmo a sua produção publicitária tem uma relação com sua produção fine art. A campanha “Les Journées Particulières”, que ele fotografou para a LVMH (grupo Louis Vuitton e Moet Hennessy), traz uma paleta semelhante às que usa em Flying Houses, até mesmo mais circunspecta. Já o oposto, criado para a marca Adidas, se vale do movimento com uma paleta mais iluminada.

Foto: Laurent Chéhère
Foto: Laurent Chéhère

Fellini e Wim Wenders

Uma das referências mais recorrentes de Chéhère vem do cinema, de diretores como o italiano Federico Fellini (1920-1993). “Gosto muito dos filmes La Strada (A estrada da vida, de 1954) e dos circos, sempre inseridos nos filmes de Fellini”. Ele conta que na periferia, ao norte de Paris, havia um circo que o influenciou muito“. O lugar é muito cinza, poluído, muito triste mesmo, mas acho muito interessante”, relata.

Outro diretor, oposto ao italiano, é o alemão Wim Wenders, que para o fotógrafo é mestre em colocar personagens na paisagem. Ele cita Der Himmel über Berlin (Asas do Desejo, de 1987): “É incrível a capacidade dele de revelar o humano em meio à paisagem tão cinza e lúgubre”. Para o fotógrafo, há uma necessidade de colocar seus personagens entre a tristeza e o surrealismo, buscar o limite mais poético entre essas coisas. Apesar da capa quase surrealista, ele está mais preocupado com o humanismo ali contido.

Chéhère diz que fotografar é reviver momentos retidos nas imagens mais antigas de Paris. “Nadar (Felix Nadar, pseudônimo de Gaspard- Félix Tornachon, 1820-1910) era um cara incrível. Me lembra também de Victor Hugo (1802- 1885), pois descobri um estudo que Nadar fez dele. Tudo que eu posso fazer é prestar um tributo a esses autores”, afirma o fotógrafo.

Foto: Laurent Chéhère
Foto: Laurent Chéhère

Eugene Atget (1857-1927), o grande cronista das ruas parisienses, também tem seu lugar no cânone elaborado por Laurent Chéhère. Mas ele se diz “eclético” quando o assunto são influências fotográficas. Diz que os fotógrafos do início do século 20, bem realistas, o tocam bastante. Mas não deixa de admirar contemporâneos como o norte-americano Bruce Davidson, de quem confessa ser um grande admirador.

Embora tenha diminuído a produção publicitária, Laurent Chéhère trabalha com muita tranquilidade e lentidão a sérieFlying Houses, ainda não terminada. Em média, ele leva um mês para compor um único trabalho. Como um flâneur, anda por Paris em busca da atmosfera certa, faz desenhos antes de fotografar, analisa e busca referências até chegar na última etapa, dedicada à fotografia.

Chéhère diz que o que deseja é a possibilidade de o espectador poder ver os detalhes de perto e, ao mesmo tempo, recuando a uma distância maior, entender o conjunto mais completo de sua ideia. Nessa série, pode-se olhar uma única ideia e ver resultados diferenciados, fruto de uma arte organizada, bem cuidada e dedicada a expandir seus relatos. Ele está entre os poucos que se pode chamar de raconteur, palavra francesa sem tradução direta para o português, mas com um significado muito apropriado: alguém que pode contar histórias de uma maneira muito habilidosa e divertida.

Clique aqui para ler o PDF na íntegra – matéria publicada em Fotografe 202 (ago/2013)

Tags: artedocumentalficçãofine artJuan EstevesLaurent Chéhèrepublicidade
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