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Home Baú da Fotografe

Mary Ellen Mark, a essência do documentário fotográfico

Fotografe entrevistou a famosa fotógrafa norte-americana, um dos grandes nomes mundiais, na primeira passagem dela pelo Brasil

Juan Esteves por Juan Esteves
10 de junho de 2022
em Baú da Fotografe
Mary Ellen Mark, a essência do documentário fotográfico

Mulheres que fazem parte de uma associação de obesas se exercitam em Long Island, Nova York, em 1996. Foto: Mary Ellen Mark

Foto: Juan Esteves

Mesmo depois de três horas no trânsito entre o Aeroporto de Guarulhos (SP) e o hotel no Ibirapuera, na zonal sul da capital paulista, somadas a outras 11 horas de voo de Nova York a São Paulo (SP), Mary Ellen Mark esbanjava simpatia e energia. A excepcional fotógrafa de 73 anos de idade, com uma carreira que conta com belos 18 livros, mais centenas de exposições ao redor do mundo, bem como dezenas de prêmios internacionais, mal chegou ao hotel e saiu para as compras. Mas não aquelas comuns: foi atrás de artesanato indígena brasileiro, com as dicas da amiga Mary Jane, mulher do fotógrafo norte-americano Ralph Gibson e veterana da Pauliceia.

A proximidade com a cultura nativa norte-americana é evidente: ela usa longas tranças, presas com artesanato de prata, pulseiras e outros apetrechos feitos por artesãos de tribos dos Estados Unidos. Os óculos rosa, sixties, completavam o visual bem idiossincrático. Mas Mary Ellen Mark sempre foi assim. As tranças são para acomodar uma vasta cabeleira que cultiva desde a adolescência.

Outra particularidade é a opção por ensaios cujo envolvimento humano seja constante. E nisso não há diferença entre estar trabalhando em um hospital na Finlândia, como em Child (2011-2012), feito para o laboratório Novartis e que ela credita ser um dos seus ensaios mais livres; ou registrar um pequeno circo indiano, como aqueles publicados no livro Indian Circus (Cronicle Books, 1993), quando ela visitou o país por dois anos, fotografando 18 deles.

Direta, resume seu interesse pela fotografia: “Gosto de fotografar a realidade. É isso que me importa. A fotografia conceitual é muito chata”, diz, num contraponto ao conteúdo da feira SP Arte, que acontecia ao lado do hotel onde estava hospedada.

Foto: Mary Ellen Mark
Imagem de 1991, parte do livro American Odissey, mostra um fisiculturista de Daytona, Flórida. Foto: Mary Ellen Mark

Em Fortaleza

Mary Ellen Mark vive em Nova York com o marido, o cineasta e político inglês Martin Bell. Ela veio ao Brasil pela primeira vez para fazer parte do júri do prêmio Picture of the Year (POY), versão latino-americana que ocorreu em abril de 2013, em Fortaleza (CE) – veja na página 8. Aproveitou a estada paulistana e deu um workshop para apenas 12 seletos alunos, organizado pelo SP Photo Fest.

Com imagens publicadas em revistas como LIFE, The New Yorker, New York Times Magazine, Rolling Stone e Vanity Fair, a fotógrafa ganhou notoriedade com um ensaio sobre os garotos de rua de Seattle, Estado de Washington. Em abril de 1983, ela e a repórter Cheryl McCall viajaram para a cidade atrás de uma reportagem para a revistaLIFE sobre as crianças que fugiam da família. Curiosamente, a escolha da cidade foi por conta de ser uma das mais aprazíveis dos Estados Unidos, ao contrário de outras como Nova York ou Los Angeles, na época já bem conhecidas pela violência nas ruas. “Queríamos provar um ponto de vista”, conta ela. “Se os garotos de rua existissem em Seattle, existiriam no país inteiro”, explica.

A matéria foi publicada com o título “Streets of the lost”. No ano seguinte, Martin Bell exibiu o filme Streetwise, indicado em 1984 para o Oscar de melhor documentário. Trata-se de uma narrativa que acompanha vários adolescentes que viviam nas ruas. A personagem principal é uma menina de 14 anos, Erin Backell, conhecida como Tiny, que se prostituía. Uma história bastante contundente.

O retrato da menina (veja acima), com um véu cobrindo o rosto, capa do livro Streetwise (Aperture, 1988) é uma das imagens mais marcantes da fotógrafa e mostra sua sensibilidade ao tratar assuntos tão difíceis.

Retrato de Tiny em 1983, uma adolescente que se prostituía em Seattle e que foi capa do livro Streetwise. Foto: Mary Ellen Mark

Viagens

Mary Ellen Mark nasceu na Filadélfia, Estado da Pensilvânia, onde estudou na escola elementar. Com apenas 9 anos de idade, ganhou uma Kodak Box Brownie. Com uma beleza notória e presença marcante, foi líder de torcida na Chelteham High School. Em 1962, graduou-se em Pintura e História da Arte pela University of Pennsyl – vania, e em 1964, fez mestrado em Fotojornalismo na Annemberg School for Communication.

Os primeiros ensaios fotográficos surgiram quando ganhou uma bolsa da Fullbright para passar um ano na Turquia, tempo que aproveitou para fotografar países como Inglaterra, Alemanha, Grécia, Itália e Espanha. E a atração por viajar é permanente, conta a fotógrafa: “Desde pequena ficava interessada nas culturas diferenciadas”. Essa ideia a levou a outro de seus grandes projetos e que resultou na citada obra Indian Circus. A jornalista Robin Muir, da Independent Magazine, conta que, em uma entrevista para a revista Vogue, Mary Ellen Mark indagou: “Não estamos sempre interessados nas coisas que não são normais?”.

O escritor John Irving, amigo da fotógrafa, foi com ela para a Índia com o objetivo de escrever um roteiro para um documentário que ela e Bell queriam rodar. Irving acabou escrevendo um bestseller, The Son of the Circus, diante da riqueza da história dos circos. Ele relata que Mary Ellen Mark trabalhava horas em uma única imagem. E brinca dizendo que “a gente já se cansava olhando o trabalho do pessoal do circo. Era tão exaustivo quanto ver Mary Ellen trabalhar”.

A fotógrafa explica sua ligação com o trabalho: “O fato é que me apaixonei pelos circos indianos ao mesmo tempo em que me apaixonei pela Índia”. A primeira vez que esteve lá foi em 1969, quando estava com um amigo em Bombaim e ele a levou para ver um circo. “Fiquei paralisada diante da beleza e da fragilidade de tudo aquilo”, lembra.

Ram Singh e seu elefante em 1990, foto do livro Indian Circus. Foto: Mary Ellen Mark

Nada de digital

Muitas das imagens deIndian Circus foram feitas com uma câmera de formato médio. Ela conta que trabalha sistematicamente com muitos formatos, do pequeno 35 mm ao grande de 8 x 10 polegadas. O que ela ainda não experimentou é o digital, embora se sinta animada com os aplicativos para gadgets como o Hipstamatic, por exemplo. “Penso no que é mais apropriado na hora de fotografar, mas ainda gosto do filme, sem preconceitos”, revela, sorrindo.

Um de seus trabalhos diferenciados graficamente, o belo livro Twins (Aperture, 2003), foi feito com polaroides a partir de uma câmera de grande formato (8 x 10 polegadas). Mais uma vez, a fotógrafa se mostrou interessada no lado menos normal da vida e registrou durante alguns anos o Twin Days Festival, realizado na pequena Twinsburg, Ohio, onde ocorre um encontro anual que reúne gêmeos de todas as regiões dos Estados Unidos.

Mary Ellen Mark se assume como documentarista e retratista. Para ela, “a boa fotografia documental resume um momento em um único fotograma e o bom retrato resume em uma fotografia a essência de uma pessoa”. Informa que usou em Twinsburg três tipos de formato: 35 mm, 6 x 7 cm e 4 x 5 polegadas. Mas ressalta: “Não há formato melhor para capturar a essência das pessoas que o 8 x 10 polegadas. A qualidade de um negativo desse tamanho eleva a um nível incrível o retrato”.

Retratos é também por excelência seu campo de ação, parte de um importante livro Portraits (Motta Fotografia, 1995). A publicação que traz o ator Marlon Brando na capa é uma reunião de celebridades do cinema, música e outras artes, como o ator irlandês Lian Neeson e o cantor inglês Boy George, entre outros. No meio desses famosos, retratos de crianças, feitos na Índia e em vários estados norte-americanos. Ela conta com certa ironia que “é muito difícil lidar com celebridades”.

Marlon Brando (com um besouro na cabeça) nas Filipinas, durante as filmagens de Apocalipse Now, em 1976. Foto: Mary Ellen Mark
Johnny Depp em Londres no set de A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, em 1999. Foto: Mary Ellen Mark

Magnum e cinema

Em 1977, Mary Ellen Mark entrou para a Magnum Photos, a mítica agência fundada por Henri Cartier-Bresson, em 1947. Mas a cooperação durou apenas cinco anos. Ela justifica a curta duração dizendo que prefere fazer as coisas sozinha, “mais a meu modo”, explica. Ela começou a fazer imagens de still de cinema no início dos anos de 1960, e no período em que fez parte da Magnum também produziu muito nessa área. Segundo seus cálculos, trabalhou em uma centena de filmes. Ora era contratada por uma revista para cobrir uma filmagem, ora pelo próprio estúdio que produzia o filme. “Muitas de minhas fotos favoritas de atores e atrizes foram feitas nos intervalos de filmagens”, conta ela.

Uma de suas fotos mais famosas é a do diretor italiano Federico Fellini (1920-1993) dirigindo Satirycon, em Roma, em 1969. Incríveis também são os retratos do espanhol Luiz Buñel (1900-1983) no intervalo da rodagem de Tristana, também do mesmo ano, feitos em Toledo, na Espanha, e as imagens de Francis Coppola e Dennis Hooper, no set de Apocalipse Now, nas Filipinas, em 1976. O livro Seen Behind The Scene (Phaidon, 2008) reúne nada menos que 40 anos de fotografias em set de filmagens.

Para Mary Ellen Mark, a cobertura das filmagens mudou muito quando o diretor passou a usar um monitor para acompanhar o enquadramento com mais precisão. “Antes do monitor, o diretor de cinema andava mais pelo set de filmagem, gritava, fazia mais gestos. Agora, permanece sentado, olhando aquela telinha…”, diz ela, com certo pesar. Isso fica bem claro na imagem de Fellini, com o megafone na boca, de pé. É quase um bailarino dançando.

Da mesma forma que a mudança tecnológica absorveu parte do glamour do diretor de cinema, os artistas se tornaram mais inacessíveis. Até o início da década de 1980, a fotógrafa conta que podia puxar um ator famoso para um outro lugar e fazer uma imagem melhor. O retrato dos atores Alan Arkin e Elliot Gould, vestindo abrigos de chuva, durante um intervalo das filmagens de Little Murders, em 1970, é a prova dessa relação, que, segundo ela, foi desaparecendo com o tempo.

Mary Ellen Mark credita o sucesso de outros trabalhos seus por conta de ideias que surgiram durante as coberturas nos sets de filmagem. Um deles, muito importante, surgiu por meio de uma pauta para uma revista, quando estava sendo rodado Um Estranho no Ninho, do diretor Milos Forman. No filme, Jack Nicholson faz o papel de um criminoso que vai parar em um hospital psiquiátrico e causa uma revolução no lugar.

Gêmeos fotografados para o livro Twins com filme polaroide e uma câmera de 8 x 10 polegadas. Foto: Mary Ellen Mark
Paciente do Oregon State Hospital, em foto que faz parte do livro Ward 81. Foto: Mary Ellen Mark

Durante as filmagens com Forman, no Oregon State Hospital, em Salem, a fotógrafa tomou contato com as mulheres internadas no Ward 81, ala especial para tratamento de pacientes consideradas perigosas. “Fiquei muito emocionada e interessada com a condição daquelas mulheres”, diz. No ano seguinte, em 1976, ela e a escritora Karen Folger Jacobs conseguiram autorização e ficaram 36 dias vivendo com as pacientes.

O resultado é o livro Ward 81 (Simon and Schuster, 1979), uma das mais instigantes publicações da fotografia documental. “À primeira vista, pareciam pessoas normais. Depois, com o tempo, fomos conhecendo a realidade de cada interna, nos relacionando melhor, ouvindo suas histórias”, conta a fotógrafa. “Foi um dos trabalhos mais emocionantes que fiz e também uma experiência única de vida”, relata.

As imagens desse livro são delicadíssimas, uma relação que ultrapassava as barreiras que existiam entre elas, e que não expõe somente um drama humano como muitos trabalhos do gênero. As fotos são extremamente comoventes sem caírem no clichê e muito dramáticas sem serem piegas. O pavilhão foi fechado em 1977, e as internas foram incorporadas a uma ala de recuperação de tratamento cooperativo.

Mary Ellen Mark faz parte de uma estirpe que está desaparecendo, a mesma a que pertenceu os norte-americanos Lewis Hine (1874-1940), Eugene Smith (1918- 1978) e Diane Arbus (1923-1971). Trabalhos cuja maior expressão está no conteúdo das imagens, em que a qualidade não é medida pelo tamanho das cópias, e sim pela mensagem que passa. Em qualquer um dos gêneros, ela cruza as fronteiras da obviedade, ultrapassando os limites da simples narrativa em uma verdadeira fusão entre o fotojornalismo e a imagem de arte. A essência do documentário fotográfico.

Clique aqui para ler o PDF na íntegra – matéria publicada em Fotografe 199 (mai/2013)

Tags: artedocumentalentrevistaJuan EstevesMary Ellen Markperfilretrato
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