CARTA AO LEITOR
Confesso que demorei a descobrir a lente grande angular. Como já escrevi aqui, minha primeira câmera foi uma Topcon Unirex de segunda mão com duas objetivas fixas, a normal 50 mm e a meia-tele 100 mm. Só passei a ter contato com a grande angular quando fui trabalhar na revista Duas Rodas, em 1990 – época de exposição e foco no manual. Lá pude usar uma Nikon F2 com a fixa Nikkor 28 mm f/2.8 para cobrir uma competição de enduro de motos (fazia texto e foto nessas ocasiões).
Aquele amplo ângulo de visão foi uma descoberta: podia chegar bem perto do piloto para fazer um retrato e pegar a imensa paisagem ao fundo; enquadrava suas mãos no guidão em corte vertical, como se estivesse na garupa dele, e mostrava lá na frente o caminho a percorrer…
E tudo com foco, do primeiro plano ao fundo. Vi que era bem mais fácil trabalhar com a 28 mm do que com a meia-tele de 105 mm f/2.8 que levei para imagens de ação. Depois disso, não consegui mais viver sem a grande angular, lente muito versátil e que desafia a criatividade – como você verá nesta edição. Boa leitura.
Sérgio Branco
Diretor de Redação
branco@europanet.com.br
SUMÁRIO FOTOGRAFE 306
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