Ensaio pré-selecionado Grande Prêmio Fotografe 2021
A cultura caiçara, presente na região da Costa Verde do sudeste brasileiro, considerada hoje, em São Sebastião, São Paulo, uma ideia quase romântica frente ao movimento de expansão imobiliária, e outras intervenções modernas. Ainda pode ser acompanhada de perto em algumas praias da cidade, onde permanecem práticas mais antigas como a pesca de cerco.
Considerada uma atividade sustentável, o cerco caiçara traz à cultura nativa uma contraposição a respeito de si mesma frente a pressão moderna na região. Uma vez que cerceada por forças externas, permanece viva e põe-se a manejar sua cultura através dos impactos da modernidade. Formando pequenos focos que, paralelamente as mudanças locais, mantém algumas práticas antigas perpetuando sua existência através das fortes mudanças, e pressões, socioeconômicas.
Neste breve ensaio documental de fotografias aéreas, observa-se o momento em que se recolhe o cerco, e maneja-se a fauna.
Assim como as arraias e outros animais que ficam presos no cerco, a cultura caiçara está cerceada há décadas. Porém em eterna manutenção na região. Mantendo o que consegue, e se adaptando as condições que lhe são impostas.
Prosseguindo com as práticas de resistência cultural.
‘’Cerco caiçara, Cultura de praia. Manejo da vida Que vai de canoa, Equilibrando na boa, Natividade cultural Com vida local.
Cercados pelo de fora, Mantém-se aqui, e agora. Puxando a rede lá fora, Trazendo consigo as memórias. Devolvendo ao mar a história, Que resiste aos tempos de agora.’’








