Sebastião Salgado iniciou o projeto Amazônia em 2013, quando ainda finalizava Gênesis, e o concluiu em 2020. Uma parte desse trabalho documental de longa duração pode ser vista em uma grande exposição que leva o mesmo nome, em cartaz até 10 de julho de 2022 no Sesc Pompeia, zona oeste de São Paulo (SP). Depois, ela segue para o Rio de Janeiro (RJ), no Museu do Amanhã, de 19 de julho de 2022 a 29 de janeiro de 2023. Amazônia também será apresentada em Belém (PA), ainda sem data informada, e deve seguir para outras capitais brasileiras.

Quem é leitor do jornal Folha de S.Paulo teve a oportunidade de acompanhar essa jornada de Sebastião Salgado a partir de dezembro de 2017, quando o periódico paulista passou a publicar cadernos especiais com imagens do fotógrafo mineiro e textos do jornalista Leão Serva, que passou a acompanhá-lo nas suas expedições aos rincões da Amazônia naquele ano – até 2020, foram dez publicações na Folha, sempre com grandes imagens de Salgado, tanto no tamanho quanto na qualidade.
A mostra chegou ao Brasil depois de passar por Londres, Paris e Nova York. Com curadoria da esposa do fotógrafo, Lélia Wanick Salgado, reúne uma seleção de 205 imagens em P&B produzidas durante os sete anos da série documental (boa parte delas mostrada ao público pela primeira vez). Além da exuberante paisagem da região e de fenômenos climáticos como os “rios voadores”, o público pode contemplar retratos dos povos indígenas que vivem na Amazônia de várias etnias – Salgado fotografou por terra, água e ar e visitou 12 comunidades indígenas, a maioria isolada.
A ideia de Lélia foi a de produzir uma exposição imersiva, para o visitante se sentir dentro da floresta, ver, ouvir (há até uma trilha sonora composta pelo músico francês Jean-Michel Jarre a partir dos sons da floresta) e, ao mesmo tempo, refletir sobre o futuro da biodiversidade e a necessidade de proteger os povos indígenas e preservar um ecossistema imprescindível para o planeta. Além das fotos, podem ser vistos sete vídeos com testemunhos de lideranças indígenas sobre a importância da Amazônia e dois espaços com projeções de imagens.
