A exposição E Agora? O Brasil e a pandemia de COVID-19, do fotógrafo Ale Ruaro, inaugurou o Panteão, um espaço virtual criado em resposta ao isolamento social pelo Memorial da República Presidente Itamar Franco.
Com curadoria do supervisor do Memorial, Tarcísio Greggio, a mostra traz 26 retratos de homens e mulheres em seus ambientes de trabalho, com seus uniformes, veículos ou ferramentas e a indefectível máscara facial que a pandemia impôs a todos como uma forma de se proteger e ao outro.
São bombeiros, policiais, motoristas de transporte público e aplicativos, entregadores, repositores de supermercado, caminhoneiros, porteiros, garis, jornalistas, faxineiros, religiosos e outros profissionais cujos serviços são indispensáveis e os expõem aos riscos de contágio.


Recorte inusitado
Com obras já apresentadas em várias partes do Brasil e no exterior, Ale Ruaro é mais identificado por uma fotografia que busca desvelar as diferenças, sobretudo em questões de sexualidade e identidade, com a realização de imagens que “trazem à normalidade o não convencional”, como é descrito em seu site. Por isso a atual série é apresentada pelo Memorial como um “recorte inusitado” de seu trabalho. O fotógrafo “pôs sua lente para trabalhar a serviço de seu tempo”, e a pandemia – o mal que alguns já consideram como o verdadeiro marco histórico de final do século XX, decisivo para a conformação de uma nova era – não poderia escapar ao seu olhar.
Os registros foram feitos por Ale Ruaro no período entre 20 de junho e 28 de julho de 2020. Hoje o país já soma mais de 120 mil mortos. Os rostos anônimos da série, a maioria escondida pela máscara, nos olha de frente. E agora? Esta é uma das muitas perguntas que podemos pensar diante dessas imagens.




