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10-2019

10 lições para ousar em fotografia de natureza

Dicas Técnicas   /  
Foto: Shutterstock

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Para o holandês Albert Dros, o planejamento é fundamental para fugir dos clichês na hora de registrar cenários naturais. Confira as dicas do especialista e aprenda com ele

Por José de Almeida

Uma das áreas mais antigas e clássicas da fotografia, registrar paisagens com técnica e arte é sempre um desafio. Para fazer algo diferente e fugir dos clichês, muitos especialistas apontam o planejamento como um item fundamental, o que inclui pesquisar imagens sobre o local (para não repeti-las), quais as condições climáticas na época escolhida, saber em que horário é possível encontrar a melhor luz e que equipamento será necessário (para não carregar peso à toa).

O holandês Albert Dros, jovem fotógrafo que tem se destacado na área, é um defensor ferrenho do planejar antes de executar. Ele diz que não gosta de deixar seu trabalho ao sabor da sorte. “Planejo tudo em detalhes, condições do tempo, horário exato do nascer e do pôr do sol, e se tenho como objetivo fotografar reflexos procuro saber a velocidade e a direção do vento. A ideia é conhecer tudo sobre o cenário antes de chegar lá”, ensina.

Dros assegura que um planejamento bem-feito aumenta enormemente as chances de se conseguir uma imagem fantástica. Além disso, há vezes em que ele vai ao lugar que pretende fotografar apenas para observar, sem se preocupar em fotografar. Mas ele argumenta que nesse segmento todo especialista tem a sua receita e que há poucas possibilidades de fazer algo realmente criativo, mas que elas existem.  

O holandês fotografa com uma mirrorless full frame Sony a7R II e usa basicamente duas lentes da marca, a FE 12-24 mm f/4G e a 70-300 mm f/4.5.6. A seguir ele dá dez dicas para quem gosta de fotografar paisagens e deseja fazer isso num nível mais elevado, com mais criatividade, fugindo dos clichês. Acompanhe e aprenda com ele.

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Como a maioria das fotos de paisagem é feita com lente grande angular, a ideia é experimentar uma tele com distância focal de 100 mm a 300 mm e procurar enquadrar padrões e detalhes nas paisagens, como o topo das montanhas. Dros diz que depois que se pega o jeito um novo mundo se abre na fotografia de paisagem.

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Como as nuvens e a água se movem, a sugestão do holandês é brincar com o movimento da natureza. Para ele, o ideal é criar dinâmicas no enquadramento usando água e nuvens, seja com velocidades altas ou baixas do obturador. É possível usar filtros para exposições mais longas ou criar algo mais dramático com altas velocidades. Ele explica que é sempre válido fazer experiências com diferentes tempos de exposição com nuvens e água.

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Segundo Dros, muitos fotógrafos de paisagem deixam de lado o filtro polarizador circular (CPL) e apostam em outros, como os de densidade neutra e os graduados. Dros acredita que o CPL ainda pode fazer muita diferença na hora de controlar a quantidade de luz e eliminar reflexos, pontos que não podem ser corrigidos a contento na pós-produção.

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Para o holandês, uma paisagem pode ganhar uma apresentação completamente diferente se o fotógrafo usar uma tele para fazer uma “compressão” de objetos em primeiro e segundo planos para dar mais profundidade à cena.

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Como a maioria dos fotógrafos do segmento prefere a luz do nascer ou do pôr do sol, e nesses momentos ela muda bastante, a sugestão é procurar detalhes na paisagem que possam ser isolados pela luz. Dros afirma que isso ocorre muito nas montanhas, onde as nuvens “brincam” com a luz, interrompendo sua passagem e gerando áreas mais iluminadas do que outras.

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Uma técnica que ele usa bastante ao fotografar com grande angular é se aproximar bastante de um objeto no primeiro plano. “Muito perto mesmo”, pontua ele. Pode ser uma flor, uma pedra, uma planta… Ele diz que é possível usar o empilhamento de foco para manter tudo nítido ou uma abertura bem ampla para deixar o primeiro plano completamente desfocado. Ambas as alternativas geram imagens diferenciadas, e vale testar as duas, diz ele.

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Dros explica que ao fotografar em direção ao sol e fechar o diafragma para f/16 ou f/22 a lente criará uma “estrela solar”. Mas cada objetiva tem sua característica, e algumas geram um efeito que é possível usar, outras não. Quando ele faz isso, posiciona o sol contra uma borda, como a linha do horizonte ou um objeto no quadro. Desse modo, a “estrela solar” ganha uma aparência melhor.

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Para o holandês, é muito importante aprender a fotografar paisagens com lente supergrande angular, como a olho-de-peixe, porque ela oferece uma nova perspectiva, e isso amplia as possibilidades criativas. Ele sugere que o fotógrafo aprenda a técnica do defish (há tutoriais online, avisa), que permite a criação de uma imagem não distorcida a partir de uma captura com lente olho-de-peixe. Dros diz que isso pode ser muito útil para paisagens muito amplas.

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O fotógrafo holandês diz que uma boa iniciativa para fugir de clichês é andar pelo lugar onde a foto será feita sem fotografar, apenas tentando visualizar como a cena ficaria no visor da câmera. Diz que frequentemente usa seu smartphone, que tem lente com campo de visão de cerca de 20 mm,  apenas para verificar o enquadramento.

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Ele afirma que parece óbvio, mas é fundamental treinar o olhar o tempo todo. Ele diz que sempre observa tudo ao redor no dia a dia e procura antever potenciais composições. A ideia é fazer do olho uma ampla gama de lentes, do zoom extremo ao grande angular extremo, e assim conceber novas ideias quando estiver em campo, já que a natureza oferece possibilidades ininterruptamente.

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Matéria publicada originalmente em Fotografe Melhor 271

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