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10-2019

Retrospectiva de Carlos Moreira em cartaz em SP

Foto: Carlos Moreira

Foto: Carlos Moreira

Até o dia 27 de outubro de 2019, o público interessado em fotografia poderá conferir a obra de um dos mais produtivos fotógrafos brasileiros, na mostra Carlos Moreira: Retrospectiva — Wrong so Well, aberta no Espaço Cultural Porto Seguro.

Com curadoria de Fábio FurtadoRegina Martins e Rodrigo Villela, a exposição reúne 400 obras, organizadas em quatro grandes seções. São trabalhos de seu período clássico, pelo qual Moreira é mais conhecido, e também obras inéditas, que figuram metade do conjunto apresentado, fruto de um extenso mergulho no acervo do fotógrafo. Além disso, o público terá acesso à produção colorida do artista, feita entre os anos 1980 até os anos 2000, e o atual trabalho, majoritariamente feito em formato digital.

 

“Se isolarmos no trabalho de Carlos A. Moreira uma essência dominante, obteremos silêncio. Não que nada seja dito. Ao contrário. Tudo é dito numa linguagem essencialmente plástica e numa plástica essencialmente nítida e equilibrada, diria até meridiana. É a realidade em sua dimensão silenciosa”, definiu José Antonio Van Acker, artista plástico, amigo e uma das influências com quem Carlos dialogou, em texto de 1976.

A plasticidade da obra de Moreira permeia todas as fases e sua constante busca por novas soluções artísticas.

Paulistano, nascido em 1936, Carlos Moreira se dedica à fotografia de rua desde a década de 1960, em cidades do Brasil e do exterior, como São Paulo, Santos, Guarujá, Rio de Janeiro, Salvador, Buenos Aires, Tóquio, Paris e Havana.

No final da década de 1960, Carlos passa integrar o Grupo Novo Ângulo, formado, além dele, pelos fotógrafos Alberto Martinez, Daniel Riva, José Reis Filho, Paulo Santiago e Marilyn Tinney. Inspirados na tradição de Henri Cartier-Bresson e da Agência Magnum, o Novo Ângulo buscava um contato mais direto com a rua e seus personagens, e o grupo optava por não assinar as fotos em suas exposições, algum incomum à época. Paralelamente à intensa convivência com o centro de São Paulo, especialmente lugares como a Praça Ramos, também as constantes temporadas nas cidades litorâneas brasileiras de Santos e Guarujá são prova de uma extraordinária mescla de domínio formal e liberdade expressiva. Parte desta produção traz um erotismo bastante marcante da relação de Carlos com a rua. A sensualidade de sua relação com a luz e com o espaço circundante é elemento-chave para entender a maneira como Carlos fotografa o ambiente urbano.

Ao longo dos anos, seu trabalho incorporou também o diálogo com diferentes referências da fotografia de rua, tanto da tradição europeia como da norte-americana, de Eugene Atget e Cartier-Bresson a André Kertesz, de Robert Frank a Lee Friedlander e Gary Winogrand, de Harry Gruyaert a Joel Meyeroxitz — sem esquecer do japonês Daido Moriyama, entre outros. Nos anos 1970 e 80, foi professor de fotografia na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, influenciando muitas gerações de fotógrafos e cineastas. Em 1990, ao lado da também fotógrafa Regina Martins (responsável por algumas de suas ampliações mais famosas), funda o M2 Compound, estúdio e espaço de pesquisa onde dá aulas até hoje. Aos 82 anos, Carlos Moreira declara estar em constante transformação e pesquisa de sua própria fotografia, capaz de conter as diversas referências com as quais dialoga.

Carlos Moreira: Retrospectiva – Wrong so Well
Curadoria: Fabio FurtadoRegina Martins e Rodrigo Villela
Local: Espaço Cultural Porto Seguro
Endereço: Alameda Barão de Piracicaba, 610. Campos Elíseos – São Paulo
Período: de 10 de agosto até 27 de outubro de 2019
Visitação: de terça a sábado, das 10h às 19h; domingos e feriados, das 10h às 17h
Entrada gratuita

Foto: Carlos Moreira

Foto: Carlos Moreira

Foto: Carlos Moreira

Foto: Carlos Moreira

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Foto: Carlos Moreira

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